DIAMANTE NATURAL: LÍDERES DO SECTOR ANALISAM ESTRATÉGIAS PARA VALORIZAÇÃO DA PRODUÇÃO ANGOLANA
O Ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás referiu, esta quinta-feira, 26, que é urgente adoptar medidas que evitem o declínio da indústria de diamantes naturais, desde o reforço da prospecção até à maior eficiência na produção.
Diamantino Azevedo falava no final da apresentação da análise sobre "o estado actual da indústria diamantífera internacional e as perspectivas para o futuro deste sector", feita no auditório da Endiama, por Martin Rapaport, Presidente do Rapaport Group, empresa líder na indústria de diamantes. O Ministro destacou que a preocupação não deve ser apenas produzir, mas sim vender. Para tal, acrescentou que é importante ter uma boa relação com as principais joalharias e olhar com maior atenção para a região do Médio Oriente.
"Temos necessariamente de ver as empresas produtoras inseridas no processo de lapidação. Precisamos de apostar na educação, em todos os seus níveis, e facilitar o empreendedorismo jovem”, ressaltou o Ministro.
Apelou ainda para a necessidade de uma actuação mais firme de Angola nos fóruns internacionais e centros de decisão da indústria diamantífera – destacando o recente o Acordo de Luanda – e reforçou a importância de melhorar as relações com todos os parceiros sector, aumentar a eficiência produtiva, combater o garimpo e intensificar o impacto social da indústria, através de projectos comunitários, agrícolas e agro-pecuários, além da necessidade de garantir maior transparência nas actividades extractivas.
Durante a sua apresentação, Martin Rapaport, mencionou o actual desinteresse da China, a guerra comercial e as altas tarifas de exportação, as sanções impostas pelos Estados Unidos à Rússia, bem como a crescente presença de diamantes sintéticos, que têm impactado negativamente o mercado global de pedras preciosas como principais causas do excesso de oferta no mercado.
“A qualidade do negócio vai depender muito se as empresas conseguirem comprovar a idoneidade dos produtos que vendem, bem como contar uma história impactante sobre eles”, disse o prelector, referindo-se à necessidade de reforçar o processo de rastreabilidade dos diamantes.
Na visão do presidente do Grupo Rapaport, uma das alternativas para Angola enfrentar este cenário passa por conhecer melhor os seus potenciais compradores e investir em marketing direccionado. “Temos de identificar a quem iremos vender os nossos diamantes naturais. Procurar conquistar o bolso das pessoas que gostam de comprar produtos de luxo, temos de descobrir como publicitar o nosso produto da melhor forma possível, passando a mensagem de que com a sua venda, é possível transformar pessoas e comunidades”, detalhou.
A sessão contou com a presença dos PCA e administradores da Endiama, Sodiam, Sociedades Mineiras de Luele e Catoca e demais convidados.