O Presidente da República, João Lourenço, destacou o lançamento da primeira pedra para a da construção da Refinaria do Soyo, na província do Zaire, que teve lugar nesta sexta feira, 13, pelo Ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino Azevedo.
A unidade industrial, a ser construída pelo consórcio americano Quanten, cuja conclusão está prevista para 2025, terá a capacidade de refinar diariamente 100 mil barris de petróleo.
Para o Chefe de Estado, este é o resultado da visão de o Executivo não se contentar com o facto de Angola ser um "grande produtor de petróleo bruto” porque, destacou, "na realidade, ninguém consome petróleo bruto”.
"As pessoas, na sua vida do dia-a-dia, nas suas viaturas, as indústrias, consomem produtos refinados, consomem o gasóleo, consomem a gasolina, consomem outros derivados do petróleo bruto. Portanto, gabávamo-nos de sermos um grande produtor de petróleo, mas também éramos, infelizmente, um grande importador de derivados do petróleo”.
Considerou "isso é uma situação que estava muito errada”, informando que, "logo desde o início do meu mandato, eu preocupei-me em darmos continuidade ao projecto de construção da grande Refinaria do Lobito, coisa que ainda não conseguimos resolver, mas continuamos a trabalhar”.
"Essa refinaria vai sair, mais tarde ou mais cedo, mas adiantámo-nos em criar condições para que o sector privado investisse em refinarias mais pequenas, não tão pequenas assim, mas relativamente mais pequenas do que a do Lobito. E é assim que, ainda este ano, na província de Cabinda, o país vai começar a produzir 30 mil barris dia de petróleo transformado em diesel, transformado em gasolina, transformado em outros produtos refinados. O país estará a produzir, sem falar de Lobito, pelo menos 160 mil barris de petróleo bruto dia, 60 mil em Cabinda, 100 mil no Soyo”, realçou o Titular do Poder Executivo.
Diamantino Azevedo disse que o projecto enquadra-se na estratégia do Executivo para alcançar a independência em termos de derivados de petróleo. Avançou que a infra-estrutura foi concebida com uma visão orientada para o futuro, deverá ter em conta todos os aspectos da emissão de gases para a atmosfera e tem uma componente social importante, que se consubstanciará na melhoria da qualidade de vida da população da província e do país no geral.
"A Refinaria do Soyo vai contribuir para o estreitamento, cada vez maior, das relações entre os Estados Unidos de América e Angola, além de permitir a formação técnica de jovens angolanos e fomentar o turismo”, realçou o governante.
O administrador executivo da Sonangol, Baltazar Miguel, informou que com a implementação do projecto, a Sonangol vai reduzir o esforço financeiro de importação dos derivados de petróleo e que a Refinaria do Soyo deverá produzir cerca de cinco milhões de toneladas métricas de produtos refinados por ano, nomeadamente gasóleo, gasolina, jet e fuel oil, que serão gerados através do processamento diário de 100 mil barris de petróleo bruto, garantindo que "Dará resposta às necessidades de consumo do país”.
A cerimónia foi testemunhada, entre outras entidades, pelo Embaixador dos EUA em Angola, Tulinabo Mushingi e o Governador do Zaire, Pedro Makita Júlia.