Empresas mineiras angolanas, bancos comerciais, Banco Nacional de Angola (BNA) e empresas fornecedoras de serviços, bens e equipamentos à industria mineira reuniram em Luanda, sexta-feira, 17.12.2021, numa iniciativa do Ministério dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás (MIREMPET), para analisar "Financiamento de Projectos Mineiros".
Projectos como Sangamina, Lunhinga, Luaxe, Luachimba, Luembe, Luminas e Calonda, sob a égide da ENDIAMA, "precisam de investimentos”, disse a administradora da empresa, Ana Feijó, que garantiu o repatriamento de capitais, regime fiscal atractivo e comprovado potencial geológico-diamantífero.
A Agência Nacional de Recursos Minerais mostrou aos bancários 79 projectos (62 em prospecção e 17 em mineração) e o quadro geral de minerais metálicos em prospecção (cobalto, ouro, cobre, ferro, manganês, metais básicos e elementos de terras raras).
O financiamento da lapidação e comercialização de diamantes foi outro assunto levado ao encontro e apresentado pela SODIAM.
Rochas ornamentais
As empresas do subsector de rochas ornamentais empregam aproximadamente 3 mil funcionários, como avançado pelo presidente da Associação de Produtores de Pedra Ornamental (APEPA).
Marcelo Siku, também presente no encontro com bancários, referiu que "actualmente a extracção de pedra ornamental ascende a 300 mil metros cúbicos, exportados para 15 países, destacando-se a China, Espanha, Índia e Itália. A Huila, segundo Marcelo Siku, "destaca-se com 40% da produção nacional”.
Bancários elogiam encontro
Inoxilina Carvalho é administradora do BAI. Considerou que "há muita coisa a ser feita” e promete "mais trabalho junto de empresas mineiras” no ano que se avizinha.
Ricardo Seixas, do VTB, recordou a pertinência da Conferência Internacional de Diamantes, realizada em Novembro, em Saurimo, e elogiou a realização de eventos que aproximem a sociedade financeira. "O sector precisa de coesão e temos a sensação de que os players estão despertos para trabalharem juntos”, avançou.
Para Henda Inglês, do BDA, o encontro foi "muito oportuno e informativo e permitiu perceber os desenvolvimentos do Sector Mineiro”.
Código Mineiro pode ser melhorado
Falando sobre a Lei n. 31/2011 que aprova o Código Mineiro Angolano, o ministro Diamantino Azevedo aventou a possibilidade de se propor, na próxima legislatura, um estudo comparativo com as legislações mineiras de outros países "para aferir a eficiência do nosso código mineiro” que assegurou ser "moderno”.
Diamantino Azevedo apelou à banca angolana para que conceda financiamento a projectos mineiros viáveis como acontece em outros países e como fazem outras instituições financeiras em relação a projectos mineiros nacionais e exemplificou o jazigo de Cassinga, na Huila, que "tem ferro para 200 anos”, garantindo retorno a investidores.
