A Cabinda Gulf Oil Company Limited (CABGOC), filial da Chevron em Angola, renovou o acordo da concessão do Bloco 0, situado ao largo da costa da província de Cabinda, para a extensão por mais 20 anos, isto é, até 2050. O acordo foi rubricado a 5 de Dezembro de 2021, em Houston, Estados Unidos de América, entre a petrolífera americana e a Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANPG).
Com base na renovação do acordo, a CABGOC continua a ser a operadora do Bloco 0, com uma participação de 39,2%. Do grupo empreiteiro fazem parte a Sonangol, E.P., com 41% de participação; a Total, com 10%; e a Eni Angola, com 9,8%.
Para o Secretário de Estado para o Petróleo e Gás, José Barroso, que testemunhou o acto, em representação do Ministro dos Recursos Minerais Petróleo e Gás, Diamantino Azevedo, o acordo representa a continuidade dos investimentos do grupo empreiteiro representado pela Sonangol, Chevron, ENI e TotalEnergies.
"O Bloco 0 foi, tem sido e continuará a ser um dos pilares de desenvolvimento e produção de petróleo e gás de Angola. Contudo, actos como este que testemunhamos, não terá o real valor se, no final, não beneficiar as nossas populações. Agradeço todo o esforço que for possível fazer para a criação e asseguramento de postos de trabalho para a nossa juventude”, sublinhou.
Tendo em conta os desafios da transição energética, o governante considera que o país precisa da colaboração das empresas envolvidas no acordo para que possa desenvolver os recursos de gás, que terá impacto directo na vida das nossas populações, principalmente na região de Cabinda, para a produção de energia eléctrica.
José Barroso acredita que, para o Sector, em relação ao gás, o acordo que testemunhou "tem uma importância vital”, acrescentando que "gostariam” que finalmente, se garantisse a produção e fornecimento de gás para a produção energética a partir da Central Térmica de Malebo e outras actividades económicas que certamente serão desenvolvidas naquela região.
"Não nos esquecemos porém da necessidade contínua em fornecer gás à planta da Angola LNG no Soyo. Devemos ter capacidade técnica e também discernimento de gestão, necessário para que se possa conciliar todo esse interesse. Acreditamos que a actividade do gás terá um valor económico tão importante para o grupo empreiteiro, quanto para o nosso governo ”, reforçou.
Por seu turno, o Presidente em Exercício da Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis, Belarmino Chitangueleca, disse que este acordo "significa a continuidade e a confiança de um parceiro que vem de longe e que em muito contribuiu para a afirmação de Angola como um grande produtor de petróleo em África”, considerando a extensão da Concessão como "o pronúncio para contrariar o declínio da produção e mantermos o foco no seu crescimento a médio e longo prazo”.
Na ocasião, o Diretor Geral da Unidade Estratégica de Negócios da África Austral da Chevron, Billy Lacobie, mostrou satisfação pela oportunidade de manter parceria com o governo de Angola e com as associadas do Bloco 0 e garantiu que continuarão a utilizar as competências técnicas e profissionais nas áreas da exploração e da produção em Angola, as quais são mundialmente reconhecidas.
"Orgulhamo-nos de ter desempenhado um papel significativo no desenvolvimento da indústria petrolífera e do gás em Angola, país onde trabalhamos há 60 anos a esta parte, sendo que temos o firme objectivo de continuar a contribuir para o fornecimento de energia fiável, acessível e cada vez mais limpa aos angolanos, que permita o progresso da humanidade e impulsione Angola para um estádio avançado de progresso e desenvolvimento", acrescentou.
Para além do Bloco 0, a CABGOC opera e detém uma participação de 31% num contrato de partilha de produção (CPS) no Bloco 14, em águas profundas, localizado a Oeste do Bloco 0. Em 2020 a produção média diária líquida da CABGOC foi de 89,000 barris de líquidos e de 340 milhões de pés cúbicos de gás natural.