O balanço preliminar da indústria petrolífera angolana referente ao terceiro trimestre foi apresentado esta quinta-feira, 23, em Luanda, pelo Secretário de Estado para o Petróleo e Gás, José Barroso, tendo destacando na ocasião, os principais indicadores de desempenho e factores externos que influenciaram o mercado dos hidrocarbonetos.
Durante o período em análise, Angola exportou 90,95 milhões de barris de petróleo bruto, avaliados em cerca de 6,29 mil milhões de dólares americanos, com um preço médio ponderado de 69,16 USD por barril. Este desempenho representa um aumento de 7,19% em relação ao segundo trimestre de 2025, embora tenha registado uma redução de 10,91% face ao período homólogo de 2024.
O responsável sublinhou que o mercado internacional se manteve volátil, influenciado por uma combinação de factores externos, entre os quais se destacam:
- A desaceleração económica da China e dos Estados Unidos, que afectou a procura global;
- O crescimento tímido da zona euro, com impacto na estabilidade dos preços;
- As tensões geopolíticas em regiões-chave de produção, como o Médio Oriente e a Europa Oriental;
- A decisão da OPEP+ de aumentar a produção, que contribuiu para a abundância da oferta e pressionou os preços para baixo;
- A influência de sanções internacionais e o uso estratégico das reservas norte-americanas.
No que diz respeito aos destinos das exportações, a China manteve-se como principal comprador, absorvendo 59,63% do total exportado, seguida pela Índia (8,59%), Indonésia (6,71%) e Espanha (4,43%).
As exportações de gás natural liquefeito (LNG) representaram 6,26% do total, avaliadas em 628,8 milhões USD, com um preço médio de 8,06 USD por milhão de BTU. O segmento registou crescimento de 18,36% face ao trimestre anterior e 16,74% em relação ao mesmo período de 2024, impulsionado pela valorização do produto no mercado asiático, onde 66,55% do LNG foi destinado, com destaque para a Índia (57,03%).
Para o último trimestre do ano, José Barroso apontou perspectivas moderadas, com foco na estabilidade operacional, monitoramento das dinâmicas globais e reforço da atractividade do Sector junto aos investidores internacionais.