O governo angolano admite rescindir o contrato de construção da refinaria do Soyo a cargo da empresa norte-americana Quanten, vencedora do concurso público internacional para a construção da infra-estrutura, avançou, esta terça-feira, 11 de Junho, o Ministro dos Recurso Minerais, Petróleo e Gás.
De acordo com Diamantino Pedro Azevedo, que falava durante a audição parlamentar realizada pela Comissão de Economia e Finanças da Assembleia Nacional, "a empresa regista muita dificuldade em conseguir o financiamento para o projecto". Acrescentou que foi dado um prazo à empresa e, "caso ela não consiga, vamos ter de rescindi-lo e procurar outra alternativa”.
O consórcio que tem à frente a Quanten que ganhou, em 2021, o concurso público internacional para a construção da refinaria do Soyo é constituído por quatro empresas, sendo três norte-americanas (a líder do consórcio, Quanten LLC, a TGT INC e a Aurum & Sharp LLC) a última é angolana (ATIS Nebest).
Projectada para uma capacidade de processamento de até 100 mil barris de petróleo bruto diários, previa-se que a construção da refinaria, avaliada em 3,5 mil milhões de dólares, fosse concluída em 2025.
Com relação à refinaria de Cabinda, o governante garantiu aos deputados que entra em funcionamento no próximo ano (2025). Com capacidade para 60.000 barris de petróleo/dia, um investimento privado, perspetiva-se, numa primeira fase, uma produção de 30.000 barris/dia.
Sobre a refinaria do Lobito, com capacidade para a produção de 280 mil barris/dia, o governante esclareceu que a Sonangol continua a assumir todos os custos de construção e continua à procura de um parceiro e accionista para investimento.
Diamantino Azevedo explicou que vários factores contribuíram para o atraso das obras, como a anulação de contratos com a empresa vencedora do concurso por dificuldades de implementação do projecto, a pandemia da Covid-19 e o aumento dos preços dos materiais de construção.
Angola produz cerca de 20% das necessidades internas de combustíveis, sendo os outros 80% importados.
"Com essas refinarias todas prontas - Soyo, Cabinda e Lobito- nós chegaremos a 420 mil barris, sendo parte para a venda e outra para satisfazer as nossas necessidades internas”, concluiu o Ministro.