O Secretário de Estado para os Recursos Minerais, Jânio Côrrea Victor, constatou esta quinta-feira, 20/01, segundo dia de visita aos projectos de ouro de Buco Zau e Belize, em Cabinda, a operacionalidade dos projectos auríferos existentes na província.
Durante a visita, o governante afirmou que "existem 45% a 50% de bons exemplos e boas práticas mineiras” em alguns projectos, acrescentado que os outros carecem de alguns trabalhos que devem ser feitos e disse que vão analisar o assunto com as entidades responsáveis a nível do Sector e, na devida altura, irão se pronunciar.
"Existem métodos pedagógicos que já foram utilizados, como conversar com os responsáveis dos projectos, para melhorar e porque os mesmos despertam uma certa expectativa as populações que pode ser positiva ou negativa”, disse.
Jânio Côrrea Victor garantiu que ainda não se vai recorrer para a medida de cassação de licenças, porque os projectos estão em fase de prospecção e avaliação e o código mineiro prevê de 2 a 3 anos para esse período.
"Quanto ao garimpo, o que nós vimos são indícios de más práticas mineiras dentro das concessões e vamos conversar com os responsáveis para resolvermos este problema” sublinhou.
Projecto aurífero Lufo
O projecto aurífero Lufo "tem diversas frentes" que estão em fase final de prospecção e análise de teores. Poderá iniciar a mineração experimental em Junho deste ano, 2022.
Situado na área de Lombe Quimbambe, município de Belize, Cabinda, o projecto tem efectuado trabalhos de prospecção que já levam anos, desde a outorga do seu título de prospecção, em 2015.
De acordo com informações prestadas pelo geólogo sénior, Ranieri Almeida, a 20.1.2022, até ao momento, prestam serviço 44 colaboradores, sendo apenas um expatriado, número que pode subir para 82 nacionais, com a montagem da lavaria, acrescentando que levam ao Lufo "a experiência da mineração Buco-Zau, eliminando o que foi menos positivo no primeiro projecto" que entrou já em fase de produção.
No final da visita, o Secretário de Estado para Recursos Minerais, chefe da Delegação, acompanhado da Administradora de Belize, Suzana Abreu, recomendou as operadoras auríferas mais diálogo com a administração local e com as autoridades tradicionais e pediu ainda maior aposta em trabalhadores locais para inibir o garimpo ilegal de ouro na região.
Encontro com operadores
Depois de dois dias de trabalho no Alto Maiombe, visitando auríferas que operam em Belize e Buco Zau, o Secretário de Estado encerrou a "jornada de campo" com um encontro na cidade de Cabinda, esta sexta-feira, 21, juntando empresas ligadas à mineração de materiais de construção, exploração de ouro e águas minero medicinais.
No certame, o governante fez o balanço do que viu e apelou ao cumprimento das disposições do Código mineiro e informou que, depois de terem visitado 4 empresas ligadas à prospecção de ouro no Buco Zau e Belize, viram coisas boas e outras que não dignificam empresas comprometidas com o bem fazer e Desenvolvimento da província e do país", prosseguindo que o MIREMPET repudia as práticas negativas.
Responsabilidade social
Sobre a responsabilidade social, o Secretário de Estado recomendou as empresas para que rapidamente passem da fase de prospecção para exploração e assim poderem empregar a comunidade local. Apelou a aposta na formação, principalmente para a juventude e a análise da empresas exploradoras face a alguns aspectos sociais da população circundantes.
"Pretendemos empresas fortes, saudáveis e comprometidas com as pessoas, o ambiente e as comunidades", concluiu.
Suzana Abreu, por sua vez, considerou necessária a "mão pesada do Estado" contra as mineradoras incumpridoras das disposições do Código Mineiro Angolano. Pediu sensibilização dos actores mineiros locais para a preservação ambiental e apoio às comunidades por via da responsabilidade social.