A magnitude dos efeitos do fenómeno EI Niño, que tem implicações significativas nos sectores da energia e águas, com realce os efeitos da seca e inundações, motivou a realização, esta quinta-feira, 30 de Maio, em Luanda, da Reunião dos Ministros dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral, no âmbito do Protocolo da SADC.
Em declarações à imprensa, o Ministro Diamantino Azevedo, em representação do Presidente do Comité de Ministros da Energia e Águas, disse que o fenómeno El Niño conduz, normalmente, a padrões climáticos erráticos, incluindo secas prolongadas e aumento das temperaturas em algumas partes da região.
No que se refere aos recursos hídricos, o governante assegurou que o El Niño provocou condições de seca para a região levando à insegurança alimentar e perdas económicas para os agricultores a longo prazo, reduzindo a disponibilidade de água para agricultura e causando um impacto negativo na produção agrícola, bem como o consumo e funcionamento das indústrias, afectando tanto as fontes de água superficiais, como rios e os reservatórios de água subterrânea.
"Esperamos que este stress hídrico não resulte em conflitos sobre os recursos hídricos, especialmente em bacias hidrográficas partilhadas” acrescentou DiamantinoAzevedo.
No sector da Energia, o Ministro afirmou que muitos países da região da SADC dependem fortemente da energia hídrica para a produção de eletricidade e a redução do fluxo de água, durante os eventos do El Niño, provocou a diminuição da produção hidroelétrica, resultando no aumento da dependência de fontes alternativas de energia que são dispendiosas para a produção de energia.
"É importante notar que, embora existam algumas semelhanças na região da SADC, os padrões de procura de energia diferem de um país para o outro, pelo que as medidas de mitigação dos efeitos do fenómeno El Niño deverão ser ajustados à realidade de cada país", realçou o Ministro Diamantino Azevedo.
De acordo, ainda com o Ministro é importante acrescentar que o défice na produção de energia, juntamente com o aumento da procura e dos custos de energia na região da SADC, pode ter impactos económicos significativos, afectando as indústrias, empresas e familias em toda a região.
À margem da reunião da SADC, Diamantino Azevedo explicou que, ao nível das estatísticas, o acesso à eletricidade na região aumentou de uma média ponderada de 36% em dois mil e catorze, para cerca de 56%em dois mil e vinte e três, ligeiramente superior à média na África Subsariana, o que faz com que esta tendência indique que a região precisa de criar mecanismos e estratégias para promover a produção de energia, acessível, fiável e preferencialmente limpa, para benefício e subsistência dos cidadãos da SADC esclareceu.