• Ministro Azevedo Diz Que Luele É "Um Legado De Respeito"


    No início do seu 1º mandato, Sua Excelência João Manuel Gonçalves Lourenço, orientou a Tutela do Sector Mineiro a tomar medidas para o aumento da produção de diamantes, para o acréscimo do valor dos mesmos através da sua lapidação, para sua maior inserção junto das comunidades adjacentes aos projectos mineiros, para melhoria do sistema de comercialização e para uma melhor organização da mineração em pequena escala em paralelo com um combate acérrimo às actividades mineiras ilegais deste e de outros minerais estratégicos.

    Estas orientações estão a ser cumpridas, tendo sido, para o efeito crucial, a aprovação no mandato passado, de dois Decretos Presidenciais referentes, por um lado, à exploração semi-industrial que abre espaço para pequenas empresas de cidadãos nacionais desenvolverem esta actividade de maneira organizada e em respeito à Lei; e por outro lado, a comercialização de diamantes que permitiu quebrar o sistema de monopólio instalado que impedia a obtenção de melhores preços para as empresas e mais receitas para o Estado, inibindo assim mais investimentos nesta indústria.

    O registo histórico da descoberta do primeiro diamante em Angola aponta para o ano de 1912, na Ribeira de Mussalala, na província da Lunda-Norte.

    No final da década de 60, Angola produzia cerca de dois milhões de quilates. No entanto, a primeira fábrica de lapidação de diamantes surgiu apenas no ano de 2005 e foi instalada em Luanda.

    Cumprindo a orientação de Sua Excelência João Lourenço, Presidente da República, num esforço titânico, em plena covid-19, a Sodiam construiu o Pólo de Desenvolvimento Diamantífero de Saurimo, onde foram instaladas todas as condições para a implementação de fábricas de lapidação e todas as infraestruturas necessárias para o bom funcionamento desta actividade, como bancos, seguradoras, clínica, acomodação para os trabalhadores, restaurantes, uma escola-fábrica para lapidadores e uma escola técnico-profissional da Endiama para a formação em várias especialidades. Hoje, temos no país 8 fábricas de lapidação, onde trabalham 673 jovens angolanos. Mais fábricas surgirão, mais jovens estão a ser formados e encontrarão emprego nestas fábricas.

    Para o aumento de produção, e para melhor inserção da indústria diamantífera de Angola no contexto internacional deste produto, após alguns anos de negociações acérrimas, trouxemos de volta ao nosso país a De Beers e, pela primeira vez, temos a gigante da mineração global, a Rio Tinto no nosso país que, além de diamantes, está a verificar a oportunidade para realização de investimentos na prospeção de outros minerais.

    Hoje, estamos a realizar este acto que marca o início das operações da Sociedade Mineira do Luele. A produção desta Mina irá contribuir para um aumento significativo da produção de diamantes em Angola.

    Deixarei para os próximos intervenientes a apresentação de mais dados geológicos, técnicos e económicos sobre a Sociedade Mineira do Luele.

    Gostaria, no entanto, de abordar aspectos referentes aos argumentos usados para a mudança da estratégia do projecto, cuja meta apontava para a sua entrada em operação muito mais tarde, quando Catoca começasse a caminhar para a exaustão.

    A Endiama foi orientada a seguir uma estratégia diferente para o início o mais cedo possível da produção. Para o efeito foi criada uma equipa constituída apenas por técnicos angolanos, que com o apoio da Direcção da Endiama, da Sociedade Mineira de Catoca e do Ministério dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, levaram a missão a bom porto.

    Todo pessimismo à volta do êxito do projecto, foi vencido com o alcançar das metas traçadas.

    Quero, por isso, apresentar esta jovem equipa, chefiada pelo Engenheiro Rômulo Mucase, que superou as dificuldades técnicas e financeiras e permitiu estarmos hoje aqui.

    Peço uma salva de palmas para eles!

    O sector mineiro e o diamantífero em especial, tem sido muitas vezes medido apenas pela análise redutora que se faz aos seus principais indicadores macro-económicos. Muitas vezes não são considerados aspectos importantes do poder desta indústria de levar vida e desenvolvimento às zonas rurais muitas vezes inóspitas, ao seu contributo para o funcionamento de muitos outros sectores da economia, como de certeza estão a constatar nesta mina.

    O contributo do sector diamantífero em particular e do sector mineiro em geral, para projectos sociais, de educação e de ensino nos últimos anos tem sido relevante e em breve iremos publicar estes projectos em dois relatórios relativos ao 1º mandato de Sua Excelência Presidente João Lourenço.

    A abordagem que estamos a implementar nos últimos anos é também patente aqui nesta província na relação entre o Governo Provincial e a Sociedade Mineira de Catoca.

    Estamos certos de que a actividade mineira, do ponto de vista humano não é renovável, por isso estamos a implementar um Programa para que nesta área onde hoje se desenvolvem os projectos da Sociedade Mineira de Catoca e da Sociedade Mineira do Luele surjam ainda durante o decorrer da actividade mineira e no futuro pós-mineração, um centro habitacional, turístico, agrícola, de ensino e de investigação, que orgulhará não só todos os trabalhadores mineiros de Angola, mas todos os angolanos.

    Hoje, inauguramos não apenas uma Mina de Diamantes, mas um legado de respeito, responsabilidade e excelência para que juntos possamos ser protagonistas de uma história de sucesso, de progresso e de compromisso com um futuro risonho para o nosso país.

    Os meus agradecimentos ao Governo Provincial da Lunda Sul, pelo apoio incondicional e colaboração institucional, às autoridades tradicionais, às comunidades circunvizinhas, à Concessão mineira e a todos os trabalhadores que se emprenharam com afinco nesta nobre missão.