Os Comités Nacionais da Iniciativa de Transparência na Indústria Extractiva (ITIE) de Angola e Moçambique reuniram-se em Maputo, capital moçambicana, de 1 a 4 de Julho, para passarem em revista temas como legislação aplicável à indústria extractiva, processos de outorga de direitos para o exercício da actividade mineira e petrolífera, disponibilização e divulgação de informações, responsabilidade social, capacitação das comunidades entre outros.
Para o Director Executivo do Comité Nacional de Coordenação da ITIE-ANGOLA "o balanço é positivo", tendo em conta a abrangência e profundidade dos temas abordados durante os 4 dias. José Malanga tomou como "marcante" o facto de Moçambique ter realizado um censo da actividade de exploração artesanal no país e que "pôde determinar quantos enveredam pela prática, os minerais extraídos, as razões e quanto o país perde com o exercício da actividade mineira artesanal", algo que recomenda para Angola.
Por seu turno, a Coordenadora Geral da ITIE-Moçambique diz ter anotado "muitas lições aprendidas", destacando o facto de Angola possuir um código mineiro que concentra toda a legislação aplicável à mineração. Isabel Chuvambe defende a continuidade do intercâmbio com outros países lusófonos implentadores da ITIE e pede mesmo que o português "seja tido como língua de trabalho na organização".
Djanira Santos, defende igualmente o intercâmbio com outros países lusofonos, "dada facilidade linguística" que pode acelerar a aprendizagem. A administradora Executiva da ANRM aponta como desafios da ITIE-Angola a remoção de algumas barreiras legais na disponibilização de informações por parte de empresas e instituições, como forma de o país se conformar aos padrões da organização internacional de que se tornou membro em 2022.
"O compartilhamento de sucessos e desafios" foi apontado por Tatiana Alvarenga como " o principal ganho" da Semana de Intercâmbio entre os Comités da ITIE de Moçambique e Angola. A acompanhante do Secretariado Internacional aos países lusófonos africanos promete dar continuidade à troca de experiências com outros países membros da organização.