Trinta e cinco anos depois, Angola volta a produzir ferro, em uma nova mina que, numa fase inicial, conta com 50 nacionais e 5 expatriados.
Paulo Kalandula, 27 anos, natural da Matala, Huila, é um dos pioneiros da mina do Cutato. Operador de pá carregadora, com experiência de sete anos trazida de Malanje, diz ser um "trabalho árduo mas prazeroso" que lhe confere "conhecimento contínuo e renda para sustentar a família".
Kalandula assume-se como "um jovem que gosta de novos desafios" e acrescenta que "as empresas mineiras nunca estão na cidade", sendo necessária "ousadia e humildade para lá chegar". Para ele, "é o desejo de atingir objectivos traçados que faz vencer qualquer dificuldade".
O projecto de exploração de ferro no Cutato, 160 km a oeste de Menongue, está integrado com o beneficiamento em "ferro gusa", numa unidade siderúrgica construída na sede municipal do Cuchi, em que os 60% de teor do minério bruto são elevados a 90%, após tratamento siderúrgico que lhe retira as impurezas.
A construção da unidade siderúrgica "pode ser concluída em dois meses, uma vez ultrapassada a situação pandêmica da Covid-19", segundo Wilton Reis.