As exportações de petróleo angolano totalizaram 90,9 milhões de barris no terceiro trimestre de 2025, correspondendo a um aumento de 7,19% em volume e 9,25% em valor face ao trimestre anterior, segundo dados avançados esta quinta-feira, 23, durante a Apresentação do Desempenho da Indústria de Petróleo Bruto, referente ao 3° e a Projecção do 4º Trimestre de 2025.
A margem do evento, o Secretário de Estado para o Petróleo e Gás, José Barroso, reconheceu que os desafios geopolíticos continuam a condicionar o desempenho do mercado. “Tivemos vários desafios. A guerra na Ucrânia continua, as questões em Gaza também continuam e, portanto, as questões geopolíticas e do mercado influenciaram a nossa indústria, tanto no preço de venda como na tendência de queda do petróleo. Tivemos um preço médio datado de cerca de 69 dólares, inferior ao trimestre passado, mas no geral as coisas têm avançado”, afirmou o governante.
O responsável destacou ainda que, apesar da pressão internacional sobre os preços, Angola mantém a produção alinhada com o objectivo de superar 1 milhão de barris por dia. José Barroso acrescentou que o país acompanha de perto as decisões da OPEP+ e a evolução dos conflitos na Ucrânia e em Gaza, factores que poderão definir o comportamento do mercado no último trimestre do ano. “A oferta é hoje maior do que a procura, mas tudo vai depender da estabilidade política que tivermos nos próximos meses”, concluiu José Barroso.
Segundo dados apresentados pelo Director do Gabinete de Estudos, Planeamento e Estatística (GEPE) do Ministério dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Alexandre Garrett, o preço médio das ramas angolanas fixou-se em 69,16 dólares por barril, ligeiramente acima do segundo trimestre de 1,92%, acompanhando a evolução do Brent Datado, que registou média de 69,13 dólares por barril. As ramas Dália 13,64%, Mostarda 9,30%, Girassol 7,66%, Hungo 7,33% e Pazflor 7,30% foram as mais comercializadas, evidenciando a robustez da produção offshore angolana.
No segmento de produtos refinados e LPG (gás liquefeito de petróleo), João Silva disse que a Sonangol efectuou cinco carregamentos de butano para o mercado interno e um de propano para exportação, totalizando mais de 118 mil toneladas. As exportações de fuel oil e nafta também contribuíram para as receitas do trimestre, com destino principal ao Togo, Namíbia, Nigéria e Bélgica.
Este desempenho, reflecte a resiliência operacional e o compromisso da empresa com a diversificação dos mercados de exportação, num contexto internacional ainda afectado pela instabilidade geopolítica e pela transição energética global, conforme explicou o Vogal.