A Universidade do Namibe acolhe, esta segunda-feira, 11.12.23, o primeiro "Workshop sobre Exploração Mineira e Petrolífera no Namibe", evento co-organizado pelo MIREMPET e Governo local.No seu discurso de boas-vindas, o governador Archer Mangueira disse augurar que as discussões produtivas e as ideias trocadas "se transformem em elemento catalisador do desenvolvimento da região sul e do país"."Os sectores mineiro e energético são pilares do desenvolvimento do Namibe", província que conta com 47 empresas mineiras, actuando na prospeção e extracção de recursos minerais, segundo o governador.Para o Ministro Diamantino Azevedo, "os operadores do Sector devem preocupar-se com o aumento do nível de qualificação da sua força de trabalho nacional e proporcionar-lhes condições para o desenvolvimento das suas carreiras profissionais".O cumprimento da legislação e a aglutinação de sinergias foi outro apelo feito pelo governante, duranteno seu discurso de abertura, para quem "as acções específicas de cada subsector devem decorrer num ambiente de sustentabilidade e incluir a preocupação pela melhoria das condições de vida das comunidades adjacentes às áreas onde os projectos de exploração são implementados, sempre em conformidade com a legislação vigente".O Ministro assinalou que o Namibe "é província com assinalável diversidade de recursos naturais" e possuidora de infra-estruturas estratégicas como o Porto do Namibe, o Porto Mineraleiro de Sacomar e o Caminho de Ferro de Moçâmedes que têm "um papel importante para o exercício de actividades ligadas à economia local e nacional", incluindo as actividades mineiras e o apoio à indústria de petróleo e gás.Informou que que a realização conjunta do evento, pelo Ministério dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás e o Governo da Província do Namibe, está alinhada com a estratégia do Executivo em promover o potencial de recursos minerais, petróleo e gás existentes nessa província, para a atracção de investimentos em benefício do desenvolvimento económico e bem-estar das populações.Falando sobre a visão do Executivo em relação aos minerais, enfatizou a diversificação da produção mineira e agregação de valor económico aos minerais extraídos."Os objectivos definidos no Plano de Desenvolvimento Sectorial abarcam um leque de acções prioritárias que já vêm sendo realizadas, iniciando com o aumento do conhecimento geológico e a actualização do inventário de recursos minerais do país e visando o aumento da produção de diamantes, ouro e a consequente extensão da sua cadeia de valor, o aumento da produção de rochas ornamentais e de metais ferrosos, o apoio aos produtores para o início de projectos de cobre e de outros metais não ferrosos, o desenvolvimento da cadeia de valor dos agrominerais e o incremento da capacidade de lapidação de diamantes entre outros desafios".Para concretizar a intenção de diversificar a produção mineira e agregar valor aos recursos minerais, o governante avançou que "Angola está a desenvolver vários projectos de prospecção mineira, fazendo recurso às inúmeras ocorrências minerais evidenciadas pelos resultados do Plano Nacional de Geologia e outros trabalhos anteriormente desenvolvidos". Alguns projectos em curso foram citados, com destaque à prospecção de metais básicos no complexo gabro-anortosítico do Cunene e cobre na extensão do cinturão de cobre na província do Moxico.Para garantir a segurança alimentar, Diamantino Azevedo apontou os esforços do seu pelouro no conhecimento do potencial em agrominerais, que incluem as rochas calcárias, gesso, guano, rochas fosfáticas, potássio e nitrogénio. "Desempenham um papel preponderante para a segurança alimentar das populações a nível global" acentuou, acrescentando que "o MIREMPET tem desenvolvimento destes minerais, havendo já alguns exemplos de exploração de rochas fosfatadas e a implementação de uma fábrica de granulados de fosfato em Cabinda".O beneficiamento e a transformação de minerais constituem, segundo o governante, prioridades para o Executivo, pois estas actividades "agregam valor às commodities e geram mais empregos para a juventude". Nesse particular, assinalou a intenção da construção de um Pólo de Lapidação Diamantífero no Dundo e a conclusão (em breve) da Refinaria de Ouro em Luanda.Assinalou que o Subsector de Petróleo e Gás constitui um dos principais motores de sustentação da economia angolana, contribuindo em cerca de 95% para as receitas de exportação e cerca de 30% do PIB angolano. Porém, prosseguiu, "apesar do crescimento do sector não petrolífero, o subsector de petróleo e gás continua a ter a responsabilidade de realizar os recursos financeiros necessários para suportar a economia nacional, incluindo os esforços para a sua diversificação"Referindo-se aos projectos mineiros e de hidrocarbonetos na província do Namibe, o Ministro Diamantino Azevedo fez saber que "conta com vários projectos" constantes do PDN 2023-2027, destacando o projecto de construção do Pólo de Desenvolvimento de Rochas Ornamentais e o projecto para a construção da Siderurgia do Namibe (pela empresa Tosyali).Para o efeito, assinalou, será necessário garantir uma provisão adequada de gás natural e de energia eléctrica para alimentar esses projectos. "Espera-se que o Pólo de Desenvolvimento de Rochas Ornamentais do Namibe permita optimizar custos, aumentar a competitividade nacional, bem como melhorar sinergias entre os processos de produção e expedição, com realce para a formação especializada e certificação”, recomendou.Quanto à actividade petrolífera, assinalou que a Bacia Namibe ainda não foi testada pela perfuração exploratória, facto que faz dela uma bacia de fronteira e cujo potencial petrolífero carece de avaliação. Porém, acrescentou que"Actualmente, estão em curso estudos deGeologia e Geofísica nos blocos acima referidos e prevê-se a perfuração do primeiro poço de pesquisa no Bloco 30 em 2024, cujos resultados permitirão terum conhecimento mais profundo do potencial petrolífero da Bacia do Namibe.Recordou que no âmbito da Estratégia de Atribuição de Concessões Petrolíferas 2019- 2025, foram licitados em 2019 nove blocos da Bacia do Namibe, dos quais três (3) foram adjudicados, tendo a Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis, por via de negociação directa, celebrado três contratos de Serviço com Risco com a ExxonMobil para os Blocos 30, 44 e 45."Actualmente, estão em curso estudos de Geologia e Geofísica nesses blocos e prevê-se a perfuração do primeiro poço de pesquisa no Bloco 30 em 2024, cujos resultados permitirão ter um conhecimento mais profundo do potencial petrolífero da Bacia do Namibe", disse, acrescentando que caso este poço se revele comercial, a Bacia do Namibe será mais atractiva, devendo captar mais investimentos para exploração e produção de hidrocarbonetos e, consequentemente, muitas oportunidades surgirão para as empresas do conteúdo local de prestação de bens e serviços à indústria petrolífera.Quanto aos receios sobre a coabitação entre a pesca e a indústria petrolífera, Diamantino Azevedo acalmou que "a indústria petrolífera opera com as mais modernas tecnologias de exploração e produção disponíveis no mercado, conferindo às suas operações níveis de eficiência e segurança elevados, que garantem que os impactos adversos ao ambiente sejam consideravelmente minimizados".Assegurou que em caso de sucesso nas actividades de exploração, a Bacia do Namibe deverá criar novas oportunidades de trabalho para a juventude e o desenvolvimento e a participação do empresariado local, sendo necessário termos uma abordagem diferenciada sobre o desenvolvimento do capital humano, das empresas do Conteúdo Local e da Responsabilidade Social Corporativa. Com efeito, recomendou, "os operadores do Sector devem preocupar-se com o aumento do nível de qualificação da sua força de trabalho nacional e proporcionar-lhes condições para o desenvolvimento das suas carreiras profissionais".O cumprimento da legislação e a aglutinação de sinergias foi outro apelo feito pelo Ministro Diamantino Azevedo para quem "as acções específicas de cada subsector devem decorrer num ambiente de sustentabilidade e incluir a preocupação pela melhoria das condições de vida das comunidades adjacentes às áreas onde os projectos de exploração são implementados, sempre em conformidade com a legislação vigente".
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Actores Da Mineração E Hidrocarbonetos Discutem Oportunidades No Namibe