A primeira edição da "Women in Mining, Oil & Gas Conference” aconteceu esta quinta-feira, 10 de Outubro, em Luanda, sob o lema "Construindo o Futuro - Rumo à Próxima Geração de Mulheres Líderes na Indústria de Mineração, Petróleo e Gás em Angola”.

A vice-presidente da República de Angola, Esperança da Costa, destacou que  África é detentora de consideráveis recursos de petróleo e gás, mas no que diz respeito à participação da Mulher os desafios são demonstrativamente enormes, pois os conflitos armados, as instabilidades políticas e sociais afectam profundamente as mulheres, as crianças e o universo.

Os dados sobre o Desenvolvimento humano, Igualdade de Género e a Capacitação das Mulheres em África , sublinhou a governante, "revelam que apesar de 61% das mulheres africanas se encontrarem a trabalhar, ainda enfrentam a exclusão económica”,  tais como salários baixos  e o facto de considerável número delas trabalhar no sector informal da economia.

"É uma constatação de que a saúde das mulheres tem sido gravemente afetada por práticas nocivas como o casamento em idade menor, gravidez precoce, violência sexual e física e ainda pela elevada mortalidade materna” reparou.

O Secretário de Estado para os Recursos Minerais reconheceu que o sector de Mineração, Petróleo e Gas é historicamente dominado por homens e tem testemunhado uma transformação significativa nos últimos anos, à medida que mais mulheres assumem os caráteres de liderança e influência, provando a sua competência, resiliência e visão de futuro. 

As mulheres com a sua característica natural, agregadora, com a sua capacidade de inovação, gestão colaborativa e empatia, têm demonstrado ao longo dos anos que são essenciais para impulsionar o desenvolvimento sustentável em um sector crucial para a economia nacional”, destacou Jânio Corrêa Victor.

O governante avançou que "trabalham nas empresas operadoras, simplesmente 22,1% de senhoras e somente 10,5% nas prestadoras de serviço. No setor mineiro a cifra varia  entre os 8 a 10%, o que significa que ainda há muito trabalho a fazer e há possibilidades de agregar mais, se nós viermos em termos comparativos, o que nós temos em termos de gestão, nesse caso, será muito menos”. 

A executiva de Petróleo e Gás na área de downstream em Moçambique, Jocelyne Machevo, disse que se nota, actualmente, um crescimento de mulheres no sector em relação ao que se via inicialmente há 10 ou 15 anos.

"Tenho orgulho de dizer que, considerando aquilo que são as principais operadoras petrolíferas, a média ronda entre os 30%. Isto inclui, naturalmente, não só aquilo que são as posições técnicas, mas também as áreas de apoio como os serviços de recursos humanos, contabilidades geral, jurídico, entre outras”, explicou.