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Nacional
15 Outubro de 2024 | 16h10

PR ABORDA SECTOR MINEIRO E PETROLÍFERO NO “ESTADO DA NAÇÃO"

Pronunciamento feito na abertura do ano parlamentar 2024/2025.

O Presidente da República, João Lourenço, referiu, esta terça-feira, 17, que embora seja essencial para a reestruturação na economia nacional diminuir a dependência do sector petrolífero, este continua a ser "bastante relevante e estruturante” para Angola e que o foco principal está voltado para o aumento da taxa de substituição de reservas e a materialização de oportunidades para garantir a manutenção dos níveis de produção acima de um milhão de barris de petróleo bruto por dia.

Por esta razão, de acordo com o Titular do Poder Executivo que proferiu o discurso sobre o Estado da Nação, na Assembleia Nacional, por ocasião da abertura do ano parlamentar 2024/2025, correspondente ao 3º ano da 5ª legislatura, continua o Programa de Desenvolvimento e Consolidação da Fileira de Petróleo e Gás.

 Licitações

Os doze blocos das Bacias Terrestres do Baixo Congo e do Kwanza, com destaque aos seis já adjudicados, por concurso público, foram referenciados pelo Chefe de Estado como oportunidades à disposição dos investidores. Quanto ao subsector de gás, garantiu que os trabalhos continuam, tendo apontado o contrato firmado sobre o Novo Consórcio do Gás e a inauguração Projecto Falcão 2.

"Estamos também a trabalhar para intensificar a exploração do gás natural e acelerar a pesquisa e avaliação deste importante recurso, considerando a sua utilidade para a produção de energia eléctrica e para o consumo doméstico. Foi assinado o contrato de serviço com risco para o Novo Consórcio de Gás”, frisou João Lourenço.

Com a inauguração da Fase 2 da Unidade de Recepção e Distribuição de Gás no Soyo, conhecido como Projecto Falcão 2, aumentou a capacidade de tratamento de mais de cinquenta milhões de pés cúbicos de gás por dia, prosseguiu o Presidente da República, acrescentando que o mesmo vai permitir concretizar o objectivo de se criarmos em Angola uma indústria de gás, fornecendo este recurso à futura fábrica de amónia e ureia que está a ser construída no Soyo. Adicionalmente, avançou, "estamos a concluir a instalação de uma plataforma de gás no Bloco 0, que enviará 420 milhões de pés cúbicos de gás natural por dia para a planta Angola LNG”.

 Refinarias

Para o Chefe do Executivo, os 65 mil barris por dia processados pela Refinaria de Luanda são manifestamente insuficientes para atender o nosso mercado. Para assegurar a autossuficiência de produtos refinados, mencionou como garantia a Refinaria de Cabinda, cuja construção está em bom ritmo e deverá a partir de 2025 começar a operar, refinando cerca de trinta mil barris por dia numa primeira fase, até atingir os sessenta mil barris por dia quando for concluída a segunda fase, bem como as acções de consolidação dos estudos técnicos, a estrutura e estratégia de financiamento pelo promotor para a construção da Refinaria do Soyo. A outra referência mencionada foram os trabalhos em curso na na construção da Refinaria do Lobito, a maior do país, dimensionada para refinar duzentos mil barris de crude por dia, estando prevista a construção de um importante parque de indústria petroquímica a ela associada e a possibilidade da construção de um oleoduto para a Zâmbia. "O esforço que estamos a fazer para aumentar a capacidade de refinação de combustível exige que aumentemos a nossa capacidade de armazenamento”, afirmou.
Sobre as infraestruturas na cadeia do Sector dos Hidrocarbonetos, o Presidente da República informou que, no próximo ano, será inaugurado o Terminal Oceânico da Barra do Dande, com capacidade de armazenagem em terra de 582 mil metros cúbicos de combustíveis diversos, que vai contribuir substancialmente para assegurar o abastecimento regular de combustíveis, bem como constituir-se na reserva estratégica e de segurança, salientado que, paralelamente, estão a ser melhorados os Terminais Oceânicos de Cabinda, do Lobito e do Namibe, assim como a expandir a rede de distribuição de produtos refinados no país.

Os "passos significativos” e continuidade dos trabalhos para a sua consolidação do sector diamantífero, apesar de ter sido "profundamente” afectado pela baixa de preços do diamante natural bruto, devido fundamentalmente à desaceleração económica mundial, à disponibilidade de grandes volumes de diamantes sintéticos e ao excesso de diamantes lapidados no mercado internacional, também foi referenciado no "Estado da Nação”, tendo sido destacada a inauguração da Sociedade Mineira do Luele, na província da Lunda-Sul, como um marco importante da indústria diamantífera nacional e internacional, que inclui a maior e mais moderna Central de Tratamento de Minério do país.

O Chefe de Estado garantiu que o Sector dos Recursos Minerais vai continuar a aumentar a capacidade de lapidação de diamantes, tendo sido inaugurada a fábrica de lapidação no Pólo de Desenvolvimento Diamantífero de Saurimo, elevando para oito o número total de fábricas inauguradas desde 2018. Elas estão não só a criar oportunidades de emprego para a juventude local, mas também a contribuir para o desenvolvimento social e económico do país, sendo que outras cinco fábricas estão em construção.

"Os investimentos na produção e na lapidação de diamantes justificam que se altere o modelo de gestão e comercialização dos nossos diamantes. Teremos em breve a Bolsa de Diamantes de Angola, estrutura que vai desempenhar um papel fundamental neste domínio”, acrescentou.

 Diversificação Mineira

No âmbito da diversificação da exploração mineira João Lourenço disse que os trabalhos também continuam. No domínio da exploração do ouro, estão em funcionamento pleno dez projectos de exploração, com destaque para os projectos Chicuamone na província da Huíla, Buco Zau, na província de Cabinda, e a entrada em funcionamento do projecto Lufo, também na província de Cabinda, os quais estão a dinamizar a economia local e a contribuir para a geração de empregos. 

Para continuar a dinamizar a cadeia do ouro, o Presidente da República referiu a construção a Refinaria de Ouro na província de Luanda com perspectiva do início de funcionamento já em 2025.


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