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Recursos Minerais
27 Novembro de 2023

MINISTRO AZEVEDO DIZ QUE LUELE É "UM LEGADO DE RESPEITO"

Ministro discursa na cerimónia de inauguração Pelo Presidente da República da Sociedade Mineira do Luele., na Lunda Sul.

 No início do seu 1º mandato, Sua Excelência João Manuel Gonçalves Lourenço, orientou a Tutela do Sector Mineiro a tomar medidas para o aumento da produção de diamantes, para o acréscimo do valor dos mesmos através da sua lapidação, para sua maior inserção junto das comunidades adjacentes aos projectos mineiros, para melhoria do sistema de comercialização e para uma melhor organização da mineração em pequena escala em paralelo com um combate acérrimo às actividades mineiras ilegais deste e de outros minerais estratégicos. 

Estas orientações estão a ser cumpridas, tendo sido, para o efeito crucial, a aprovação no mandato passado, de dois Decretos Presidenciais referentes, por um lado, à exploração semi-industrial que abre espaço para pequenas empresas de cidadãos nacionais desenvolverem esta actividade de maneira organizada e em respeito à Lei; e por outro lado, a comercialização de diamantes que permitiu quebrar o sistema de monopólio instalado que impedia a obtenção de melhores preços para as empresas e mais receitas para o Estado, inibindo assim mais investimentos nesta indústria. 

O registo histórico da descoberta do primeiro diamante em Angola aponta para o ano de 1912, na Ribeira de Mussalala, na província da Lunda-Norte. 

No final da década de 60, Angola produzia cerca de dois milhões de quilates. No entanto, a primeira fábrica de lapidação de diamantes surgiu apenas no ano de 2005 e foi instalada em Luanda. 

Cumprindo a orientação de Sua Excelência João Lourenço, Presidente da República, num esforço titânico, em plena covid-19, a Sodiam construiu o Pólo de Desenvolvimento Diamantífero de Saurimo, onde foram instaladas todas as condições para a implementação de fábricas de lapidação e todas as infraestruturas necessárias para o bom funcionamento desta actividade, como bancos, seguradoras, clínica, acomodação para os trabalhadores, restaurantes, uma escola-fábrica para lapidadores e uma escola técnico-profissional da Endiama para a formação em várias especialidades. Hoje, temos no país 8 fábricas de lapidação, onde trabalham 673 jovens angolanos. Mais fábricas surgirão, mais jovens estão a ser formados e encontrarão emprego nestas fábricas. 

Para o aumento de produção, e para melhor inserção da indústria diamantífera de Angola no contexto internacional deste produto, após alguns anos de negociações acérrimas, trouxemos de volta ao nosso país a De Beers e, pela primeira vez, temos a gigante da mineração global, a Rio Tinto no nosso país que, além de diamantes, está a verificar a oportunidade para realização de investimentos na prospeção de outros minerais. 

Hoje, estamos a realizar este acto que marca o início das operações da Sociedade Mineira do Luele. A produção desta Mina irá contribuir para um aumento significativo da produção de diamantes em Angola. 

Deixarei para os próximos intervenientes a apresentação de mais dados geológicos, técnicos e económicos sobre a Sociedade Mineira do Luele. 

Gostaria, no entanto, de abordar aspectos referentes aos argumentos usados para a mudança da estratégia do projecto, cuja meta apontava para a sua entrada em operação muito mais tarde, quando Catoca começasse a caminhar para a exaustão. 

A Endiama foi orientada a seguir uma estratégia diferente para o início o mais cedo possível da produção. Para o efeito foi criada uma equipa constituída apenas por técnicos angolanos, que com o apoio da Direcção da Endiama, da Sociedade Mineira de Catoca e do Ministério dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, levaram a missão a bom porto. 

Todo pessimismo à volta do êxito do projecto, foi vencido com o alcançar das metas traçadas. 

Quero, por isso, apresentar esta jovem equipa, chefiada pelo Engenheiro Rômulo Mucase, que superou as dificuldades técnicas e financeiras e permitiu estarmos hoje aqui. 

Peço uma salva de palmas para eles! 

O sector mineiro e o diamantífero em especial, tem sido muitas vezes medido apenas pela análise redutora que se faz aos seus principais indicadores macro-económicos. Muitas vezes não são considerados aspectos importantes do poder desta indústria de levar vida e desenvolvimento às zonas rurais muitas vezes inóspitas, ao seu contributo para o funcionamento de muitos outros sectores da economia, como de certeza estão a constatar nesta mina. 

O contributo do sector diamantífero em particular e do sector mineiro em geral, para projectos sociais, de educação e de ensino nos últimos anos tem sido relevante e em breve iremos publicar estes projectos em dois relatórios relativos ao 1º mandato de Sua Excelência Presidente João Lourenço. 

A abordagem que estamos a implementar nos últimos anos é também patente aqui nesta província na relação entre o Governo Provincial e a Sociedade Mineira de Catoca. 

Estamos certos de que a actividade mineira, do ponto de vista humano não é renovável, por isso estamos a implementar um Programa para que nesta área onde hoje se desenvolvem os projectos da Sociedade Mineira de Catoca e da Sociedade Mineira do Luele surjam ainda durante o decorrer da actividade mineira e no futuro pós-mineração, um centro habitacional, turístico, agrícola, de ensino e de investigação, que orgulhará não só todos os trabalhadores mineiros de Angola, mas todos os angolanos. 

Hoje, inauguramos não apenas uma Mina de Diamantes, mas um legado de respeito, responsabilidade e excelência para que juntos possamos ser protagonistas de uma história de sucesso, de progresso e de compromisso com um futuro risonho para o nosso país. 

Os meus agradecimentos ao Governo Provincial da Lunda Sul, pelo apoio incondicional e colaboração institucional, às autoridades tradicionais, às comunidades circunvizinhas, à Concessão mineira e a todos os trabalhadores que se emprenharam com afinco nesta nobre missão. 




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