O Ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino Azevedo, apelou, esta quinta-feira, 23, a uma abordagem voltada em manter a qualidade de vida, tendo em conta as questões climáticas que assolam o nosso planeta, bem como "continuar a explorar e usufruir dos recursos minerais, observando e mitigando as questões ambientais".
O pronunciamento foi feito na abertura da segunda edição da Conferência e Exposição Internacional (AMC). Na ocasião, o governante disse que é errado considerar os recursos minerais como vilões das questões climatéricas, justificando que estes estão presentes na vida das populações.
Explicou que sem os recursos minerais não há qualidade de vida e, inclusive, muitos medicamentos e muitos alimentos não existiriam. "Há gente que pretende transformar estes recursos e os combustíveis fósseis como os vilões das questões ambientais, o que é uma abordagem errada”, disse.
Contribuição do Sector Mineiro na mitigação da pobreza
O Ministro destacou a contribuição dos recursos minerais para a segurança alimentar, através dos correctores dos solos e dos fertilizantes para aumentar a produtividade dos mesmos, garantindo que "o Sector está a trabalhar para auto-suficiência nacional destes recursos". Informou que "em breve será apresentado o Relatório sobre os projectos sociais" desenvolvidos por empresas mineiras.
"O nosso país tem solo, tem água, mas para uma agricultura mais produtiva precisamos de fazer a correcção dos solos e de usar fertilizantes para aumentar a produtividade dos mesmos. Os correctivos e os fertilizantes - o famoso composto nitrogênio, fosfato, potássio-, são todos minerais. Temos todos os ingredientes necessários para que o país se torne auto-suficiente em fertilizantes. Assim, teremos mais produção agrícola, a nossa segurança alimentar garantida e menos pobreza. É deste modo que queremos contribuir para a erradicação da pobreza”, enfatizou, garantindo que já foram definidos um plano de acção e projectos âncoras que estão a ser implementados.
Descarbonização
Diamantino Azevedo garantiu que o Setor Mineiro está engajado na descarbonização e na diminuição das emissões de gases estufa, tendo reafirmado que "Angola não aceita imposições de transição energética injusta" e opta por uma mudança racional, equitativa e que tenha em conta as suas necessidades e os seus interesses.
Investimento no sector mineiro
O governante considerou a actividade mineira como estando "em franco desenvolvimento", citando o investimento de duas empresas multinacionais e o regresso da De Beers.
"Conseguimos, no último mandato, trazer para o nosso país duas grandes empresas mineiras, a Rio Tito e a Angloamerican".
Conseguimos fazer regressar a Angola a De Beers. Hoje tivemos o prazer de assistir à assinatura de dois contratos de investimento mineiro para a prospecção de cobre entre a Agência Nacional de Recursos Minerais e a empresa Ivanhoe Mines. "É mais uma grande empresa que concluiu que a Angola é um bom país para investir”, destacou.
No final, Diamantino Azevedo apelou os investidores ao respeito às leis, declarando "que fique bem claro para todos que querem investir nesse Sector que não o façam à margem da lei e do Código Mineiro, nem à margem da lei ambiental.
"No nosso país, não é permitida a actividade mineira ou petrolífera sem a realização de um estudo de impacto ambiental e sem uma licença ambiental emitida pelo Ministério do Ambiente. Por favor, respeitem estes aspectos legais”, finalizou.
